Estabelecimentos aguardam maior aporte de verbas do Pronampe e início de operação de nova linha de crédito

Ainda lidando com os impactos dos meses de paralisação por conta da pandemia, as micro, pequenas e médias empresas dependem de iniciativas governamentais para manter funcionários e os negócios operando.

O anúncio do Programa de Capital de Giro para Preservação de Empresas – CGPE (MP 992), para amparar essas empresas, chega em um momento em que a MP 927 (que alterou leis trabalhistas) perde a validade e o Programa de Apoio às Empresas de Porte Pequeno (Pronampe) teve sua verba esgotada em menos de um mês.

Para o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio, Samir Nehme, o novo modelo de financiamento irá preencher uma lacuna deixada pela indisponibilidade dos recursos do Pronampe.

“É uma ótima iniciativa. Os recursos do Pronampe esgotaram rapidamente e muitas permanecem desamparadas. Nós, profissionais da contabilidade, que orientamos e operacionalizamos esses créditos, percebemos que ainda existe uma baixa oferta e altíssima demanda, para que as empresas consigam sobreviver e retomar seu crescimento diante da flexibilização do isolamento social. Foram mais de três meses com atividades reduzidas ou paralisadas, então esses recursos são fundamentais para dar fôlego financeiro”, defende Nehme.

Em uma pesquisa realizada no último mês pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (Ifec-RJ) no Estado do Rio de Janeiro, 81,9 % dos consumidores entrevistados têm priorizado estabelecimentos de pequeno e médio porte desde o início da pandemia.

Ainda assim, o impacto da crise é maior para esse porte de negócio.

Segundo Samir, enquanto empresas maiores possuem reserva financeira e fluxo de caixa, essas linhas de crédito fornecem para as empresas os recursos para honrar com a folha de pagamento e garantir a oferta de capital de giro.

“Mesmo com o retorno progressivo das atividades, alguns setores permanecem muito afetados pela pandemia, como bares e restaurantes, além das academias e as instituições de ensino. Esses empresários estão se esforçando ao máximo para manter o quadro de funcionários, mas tem sido frustrante para muitos tentar financiamentos e ter a negativa dos bancos” conta.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) reconhece que a oferta de recursos esteve aquém da demanda por empréstimos.